Política, Cultura, Trabalho e Movimentos Sociais
Publicado: 30/03/2022 - 14:07
Última modificação: 06/11/2025 - 16:06
Esta linha de pesquisa reúne investigações sobre as dinâmicas sociais contemporâneas do Brasil e de outros cenários nacionais. São abordados temas e autores nacionais e internacionais que, dentro e nas fronteiras entre cada uma dessas subáreas de pesquisa, lançam luz sobre questões sociais prementes que estimulam o debate acadêmico em antropologia e sociologia sobre as interfaces entre política, cultura, trabalho e movimentos sociais. O debate em torno dos conceitos de cultura e política visa enfatizar as formas e dinâmicas culturais em sua relação com o campo da política.
A cultura é pensada no plural, garantindo a especificidade e a diversidade dos sujeitos estudados, bem como o reconhecimento de sua capacidade de reinvenção. Nesse sentido, buscaremos compreender os processos pelos quais atores e agentes redefinem suas relações, valores e atribuem sentido ao mundo social a partir da experiência da ação política, seja individualmente, por meio da análise de trajetórias, seja em associações, organizações e entidades diversas.
A mediação cultural e política permite, assim, apreender novas configurações sociais a partir do panorama de fluxos cada vez mais intensos de pessoas, objetos e coisas, onde o conceito de cultura possibilita não apenas a compreensão da democracia, mas também de novos parâmetros para as relações sociais e para diferentes formas de perceber e conhecer o mundo. A discussão sobre o alcance da política visa abranger uma ampla gama de questões, sem se restringir a apenas uma de suas dimensões. Por um lado, essa opção implica uma reinterpretação dos marcos clássicos nos quais a política foi historicamente inserida, mantendo uma estreita relação com o poder estatal. Por outro lado, é necessário que o debate seja permeável à assimilação de outras contribuições que ampliaram seu escopo, especialmente nas últimas décadas, quando houve uma espécie de "fragmentação" do conceito de política, que passou a permear múltiplas manifestações que o deslocaram daquilo que, por muito tempo, constituiu, por assim dizer, seu ponto fixo. Dessa forma, busca-se contemplar tanto a política institucional, enraizada no âmbito da macropolítica, quanto suas expressões moleculares ou micropolíticas. Como resultado, surge um amplo campo de estudos e investigações que estabelecem diferentes tipos de associação entre a política em geral e as relações de poder, onde quer que elas apareçam, a fim de tentar compreender a "politização do social".
O tema do trabalho abordará pesquisas sobre como – nos modos de ser do capitalismo contemporâneo, com ênfase na realidade brasileira – as classes trabalhadoras se constituem em suas experiências de atuação na produção, organização, mobilização, reivindicações e intervenção no cenário político. O horizonte temático abrange o amplo e complexo conjunto de aspectos (relações de trabalho, processo produtivo, movimento operário, sindicalismo, configurações atuais de empregados, trabalho produtivo/improdutivo, formas de trabalho precário, espaços de identidade) que reiteradamente instigam os pesquisadores da sociologia do trabalho. No que diz respeito aos movimentos sociais, as investigações abordam os principais paradigmas e propostas teóricas (clássicas e atuais) referentes à emergência desses fenômenos sociais, que se mostram fundamentais para a compreensão das dinâmicas políticas contemporâneas.
Nesse exato sentido, buscamos, por um lado, refletir sobre sua originalidade e suas condições de possibilidade. Ao mesmo tempo, há um esforço para analisar contextos históricos específicos (nacionais e internacionais) nos quais os movimentos sociais se mostraram mais expressivos e significativos.
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